22.7.12

das Grandes Esperanças


    Hoje, quando chegava a casa do meu primeiro dia de férias, contava em sentar-me e publicar aqui uma carta que guardo há muito. No entanto os meus planos foram furados pelo próprio acaso, que tantas vezes nos favorece com surpresas inesperadas.
    A televisão estava ligada e por ela passou uma imagem de me captou a atenção. Tratava-se de uma sala decorada ao bom estilo ecléctico do século XIX embora num estado bastante decadente. Não podia ser melhor, sentei-me a ver um filme cujo conteúdo e nome desconhecia por completo. Embora não saiba ao certo porquê revelou-se uma excelente surpresa. Não sei se pelo aspecto decadentista da mansão onde se passa alguma da acção se o facto de algum modo de identificar com os personagens. De forma muito simples a história trata da vida de um rapaz que desenhava particularmente bem e a sua relação com uma bela e fria menina. Essa paixão fora plantada pela tia excêntrica da menina que a preparava para ser uma femme fatale e usou o rapaz para esse fim. A consequência disto foi que ambos desenvolveram um estranho amor do qual ela se evadia mas que ele exprimia em toda a sua arte. Embora não haja enredo por aí além, tem um final feliz, é de salientar alguma cenas de beleza inexprimível, como aquela em que o artista atinge o auge de todos os sonhos e se apercebe que nem assim conseguiu impedir o casamento da sua amada. Esta cena resulta num dialogo com a tia excêntrica onde esta se mostra arruinada pelo seu próprio maquiavelismo. 
    Talvez o facto de Gwyneth Paltrow, uma actriz que admiro imenso pela elegância desmesurada, ser a actriz no papel de mulher fatal e de aparecer a posar para um retrato nua contribua também para ter gostado tanto deste filme. Que mais não é do que uma revisitação do clássico com o mesmo nome de Charles Dickens, pelo realizador Alfonso Cuarón . em todo o caso penso que todos nós devemos lembrar-nos das nossas Grandes Esperanças (Great Expectations) uma vez por outra.